3º ANO B

PESSOAL ESTAMOS CHEGANDO AO FINAL DE MAIS UMA JORNADA IMPORTANTE.

Deixe aqui a sua impressão do que foi chegar até aqui, e comente ainda os planos futuros de suas jornadas.
Quero dizer que foi muito bom ter vocês como participantes nesse projeto de aprendizagem e busca de conhecimento. SEJAM TODOS VITORIOSOS!.






 
Dê uma chance ao ser humano
Tutty Vasques
Avizinha tocou a campainha e, quando abri a porta, surpreso com a visita inesperada, ela entrou, me abraçou forte e falou devagar, olhando fundo nos meus olhos: "Você tem sido um vizinho muito compreensivo e eu ando muito relapsa na criação dos meus cachorros. Isso vai mudar!" Desde então, uma série de procedimentos na casa em frente à minha acabou com um pesadelo que me atormentou por mais de um ano. Sei que todo mundo tem um caso com o cachorro do vizinho para contar, mas, com final feliz assim, francamente, duvido. A história que agora passo a narrar do início explica em grande parte por que ainda acredito no ser humano – ô, raça!
Meus vizinhos, pelo menos assim os vejo da janela lá do cafofo, não são pessoas comuns. Falo de gente especial, um casal de artistas, ele músico, ela bailarina, dupla de movimentos suaves e silenciosos, olhar maduro, fuso horário próprio e descompromisso amplo, geral e irrestrito com a pressa na execução das tarefas domésticas que assumem sem a ajuda de ninguém. A família como se imaginava nos anos 60. Um cuida do jardim, faz compras de bicicleta, bate o tapete na sacada do 2º andar. Outro lava a calçada, cozinha (sempre os imaginei vegetarianos), apara a hera na fachada de pedra... A paz mora do outro lado da rua e, confesso, morro de inveja quando me mato de trabalhar noite adentro ali adiante. Queria ser como eles.
Quando o primeiro pastor alemão chegou ainda moleque para morar com meus adoráveis vizinhos, a casa de pedra viveu dias de alegria contagiante. O bicho era uma gracinha, foi crescendo, começou a latir, mas nada que quebrasse a harmonia do lugar. (Eu moro, esqueci de dizer, no paraíso.) Quando, logo depois do primeiro acasalamento, o segundo pastor alemão fez crescer a família, cada paralelepípedo da minha rua pressentiu o que estava para acontecer. Ou não! De qualquer forma, eu achava que, se porventura aquilo virasse o inferno que se anunciava, outro vizinho decerto perderia a paciência antes de mim, que, afinal, virei tiete do jeito de viver que espiava pela janela do escritório de casa. Eu ir lá reclamar, nunca!
Não sei se os outros vizinhos decidiram em assembléia que esperariam a todo custo por uma reação minha, mas, para encurtar a história, o fato é que, um ano e tanto depois da chegada do primeiro pastor alemão àquela casa, eu tive um ataque, enlouqueci, surtei. Imagine o mico: vinha chegando da rua com meus filhos – gêmeos de 10 anos –, chovia baldes, eu não conseguia achar as chaves e os bichos gritavam como se fôssemos assaltantes de banco. Segura o guarda-chuva! Cadê as chaves? Será que não podiam ao menos parar de latir um pouco, caramba?
– Cala a boooooocaaaa! – gritei para ser ouvido em todo o bairro. Os cachorros emudeceram por dez segundos. Fez-se um silêncio profundo na Gávea. Os garotos me olhavam como se estivessem vendo alguém assim, inteiramente fora de si, pela primeira vez na vida. Eu mesmo não me reconhecia, mas, à primeira rosnada que se seguiu, resolvi ir em frente, impossível recuar: "Cala a booooocaaaa! Cala a boooocaaaaa!" Silêncio total. Os meninos estavam agora admirados: acho que jamais tinham visto aqueles bichos de boca fechada.
Ninguém apareceu na janela, havia luz acesa em muitas casas e eu ali, encharcado, decidi falar para ser ouvido até no Leblon. "Não é possível que ninguém se incomode com esses cachorros! Estão todos surdos?" Acho que, intimidada, a chuva parou. A cena era patética. Fui salvo pelas malditas chaves, que, enfim, apareceram no fundo da mochila. Entrei rápido com as crianças, entre arrasado e aliviado. Achei na hora que devia conversar com meus filhos, que melhor ainda seria escrever com eles uma carta educada e sincera explicando a situação aos nossos vizinhos preferidos.
Comecei pedindo desculpa pela explosão daquela noite, mas pedia licença para contar o drama que se vivia do lado de cá da rua. Havia muito tempo não entrava nem saía de casa sem que os cães dessem alarme de minha presença na rua. Tinha vivido uma época de separações, morte de gente muito querida, além de momentos de intensa felicidade, sempre com aqueles bichos latindo sem parar. De manhã, de tarde, de noite, de madrugada, manja pesadelo? "Seus cachorros são insuportáveis e, se vocês nada fizerem a respeito – estamos no Brasil, tudo é possível –, eu vou me embora, me mudo, sumo daqui..." – escrevi algo assim, mais resignado que irritado, o arquivo original sumiu do computador.
Mas chegou aonde devia ou a vizinha não teria me dado aquele abraço comovido na noite em que abri a porta, surpreso com ela se anunciando no interfone, depois de meu chilique diante de casa. No dia seguinte chegou carta do marido dela: "Seu incômodo é o nosso, agravado pelo fato de sermos responsáveis por essas criaturas que adotamos não para funções policiais, mas por amor mesmo. Try a little bit harder, diz a canção, e é o que será feito. Desculpe os aborrecimentos. Agradeço sua paciência e educação".
Desde então – há coisa de um mês, portanto –, meus vizinhos têm feito o possível para controlar o ímpeto de seus bichos, que já não me vigiam dia e noite, arrumaram para eles coisa decerto mais interessante a fazer no quintal. Quando o DNA de Rin-tin-tin ameaça se manifestar, são chamados à atenção e se calam. Às vezes não acredito que isso esteja realmente acontecendo neste mundo cão em que vivemos. Se não estou vendo coisas – o que também ocorre com certa freqüência –, o ser humano talvez ainda tenha alguma chance de dar certo. Pense nisso!

Analise.

1 – A crônica é um gênero textual produzido, em geral, a partir de fatos do cotidiano. Apresenta situação inicial, elemento modificador, conflito e desfecho.
A – Que fato do cotidiano teria gerado essa crônica?
B – No primeiro parágrafo do texto lido, é apresentado o desfecho. A situação inicial só começa a ser apresentada no segundo parágrafo. Explique o efeito produzido por essa maneira de organizar a crônica.
C – Compare a reação do narrador, após a visita da vizinha, à reação que ele expressa nesta frase: “Ô raça!”.
D – O que o faz mudar de opinião a respeito do ser humano?

2 – Ainda no primeiro parágrafo, o narrador anuncia que tem um objetivo ao contar a história. Que objetivo é esse?
A – A crônica pode ser elaborada com a intenção de divertir ou entreter, argumentar, propor uma reflexão, comover, etc. na crônica em estudo, é possível identificar o humor? Por quê?
B – Considerando as questões anteriores, com que intenção essa crônica teria sido produzida?

3 – No segundo parágrafo, é apresentada a situação inicial. O narrador parece esclarecer sua admiração pelo casal de vizinho. Explique por que o narrador julga os vizinhos pessoas especiais.
·         Releia esta frase: “A família como se imaginava nos anos 60”. Que sentido ela apresenta no contexto?

4 – Ainda no desenvolvimento, no sexto e sétimo parágrafos, o narrador se sente constrangido devido sua atitude intempestiva.
A – Qual é a sua opinião sobre a decisão dele, tentando se desculpar com os filhos e os vizinhos?
B – Como você agiria em uma como essa? Enviaria também uma carta, ou e-mail aos vizinhos, ou conversaria pessoalmente? Esclareça sua resposta.

5 – O desfecho, antecipado no primeiro parágrafo, ocorre depois que o narrador toma uma decisão. Que decisão é essa e o que a motiva?
A – que decisão o vizinho tomou com relação aos cães, e que a vizinha comunica ao narrador?

6 – O que surpreendeu o narrador quanto a esse fato?

7 – Observe a linguagem empregada na crônica em estudo. Há expressões da linguagem coloquial? Justifique sua resposta.


Olá pessoal, uma música muito interessante, ouçam e respondam

O que são palavras? Qual o significado delas no nosso cotidiano? Quando as palavras contribuem para que experiências significativas aconteçam em nossas vidas? SrtaLety

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10 comentários:

  1. ei professora cadê os livros que temos que ler?bjs

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  2. Palavras são um universo de sentidos e conhecimentos.E cada dia usamos-a para expressar certos sentimentos ,vontades e desejos!

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  3. O que são palavras?
    R: Palavras é uma parte do pensamento do ser humano, onde ele usa pra se comunicar, se expressa. A palavra constitui uma unidade na linguagem humana.

    Qual o significado delas no nosso cotidiano?
    R: Para expressar desejos, sentimentos, relações interpessoais.

    Quando as palavras contribuem para que experiências significativas aconteçam em nossas vidas?
    R: Quando a á nossa expressão total de sentimentos em conversar e ou em atos no dia-a-dia.

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  4. Palavras são uma das formas que usamos para expressar sentimentos ou o que pensamos.

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  5. Palavras são uma forma de expressão, sons, emoções e pensamentos, e pode haver até mesmo "palavras dentro de palavras", como por exemplo: Beija-flor. Mas as palavras também pode haver sentidos diferentes e regras. E possui também estruturas, definição. conceitos e etc.

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  6. palavras é expressão, comunicação, sons, cultura, sentimento. Podemos expressar as palavras em forma de sentimentos, nas conversas diarias.

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  7. Comentário do vídeo:
    pelo que da pra percebe é que através da leitura, a uma verdadeira viagem de conhecimentos, de idéias, a imaginação vai além.

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  8. Bem deixo aki meu agradecimento por toda a sua coragem e desempenho, querida professora, coragem porque ao se lançar para ajudar a quem não tinha conhecimento de quem era ou muito menos como vai ser, mas que em instante algum exitou em nos ensinar, muito obrigado mesmo professora magnolia. Deus sempre a abençoe.

    Falar de futuro é sempre bem incerto, mas aqui deixo um presente bem solidificado, teria o futuro que Deus permite e sei que ele tem o melhor pra mim e pra todos nos.

    Feliz natal e um ano novo repleto de graça e paz !!!

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  9. Gostaria de saber as respostas corretas do texto acima: Dê uma chance ao ser humano; se possível.
    desde já agradeço.

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  10. se tivessem as respostas das perguntas questionadas no texto **DÊ uma chance ao ser humano** seria mais interessante!!!!!

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